Água turva
Janeiro 05, 2021
Fechei os olhos.
O silêncio da água encheu-me os ouvidos
O ar inquieto afastou-se da boca
E abrandou
Adaptou-se, um corpo ao outro,
O meu ao do mar.
Fechei os olhos.
A água turva em volta
As algas nos pés e os cabelos nos ombros,
Todos com o mesmo afagar
Cinza e verde
Um gole em seco
Um sopro último
Antes de me tornar
Parte daquele silêncio
Mundo mudo
Onde só o movimento
Me dá um momento
E me deixa respirar
Num leve ondular.